Ao longo da minha vida, se há um fator comum, é o facto de estar constantemente a sair da minha zona de conforto. Não é que não tenha medo, porque o tenho, medo de as coisas não correrem bem, de colocar em causa a minha segurança financeira, a minha estabilidade, mas nem por isso deixei de dar verdadeiros saltos de fé em muitos períodos da minha vida.
Houve uma altura em que vivia na Polónia e decidi sair de lá e ir viver para Inglaterra onde comecei do zero, depois saí da Inglaterra e fui para a Irlanda e, mais tarde, saí de lá e voltei para Portugal, sem qualquer base e comecei novamente do zero. Outro momento marcante foi quando decidi abandonar a minha carreira de jornalista e iniciar um negócio próprio sem apoios de família e de amigos, e tudo isso foram saltos de fé.
Mas o que é importante perceber é que muitas vezes quem observa de longe ou quem observa de fora pensa que esses saltos são dados porque tenho a certeza de que tudo vai correr bem ou porque não tenho medo. Mas isso não é de todo a verdade. Esses saltos foram dados em momentos nos quais não sabia se as coisas iriam correr bem, em alturas em que tinha muito medo que as coisas não corressem bem, mas se há algo que aprendi ao longo da minha vida e da minha experiência é que só sabemos se vai dar certo se o fizermos.
Agir! Fazer acontecer!
Se se ficar sentado no sofá a imaginar se pode correr bem ou mal, a antecipar todos os cenários, por muito que se antecipe nunca se vai ter a certeza se as coisas correm bem ou não até que se faça.
Um dos conselhos que dou aos meus empreendedores é: independentemente se se dá um passo grande ou um passo mais pequeno, faça! Faça acontecer! Aja! Só depois de agir é que vai perceber se o caminho é por ali ou não, se tem de limar algumas arestas, se tem de seguir por outro caminho, mas só irá perceber isso se fizer.
Se neste momento anda a adiar algo porque ainda não tem a certeza se tem os recursos suficientes, ou porque ainda não tem a certeza que vai correr bem ou porque ainda não tem a certeza de ser o caminho certo, o grande e único conselho que lhe posso dar é: Faça! Aja! Faça acontecer!
Só depois disso é que vai ter nas suas mãos o material para poder analisar se o caminho é realmente por ali ou se tem de escolher outro caminho e fazer algo diferente. Estas são respostas que não vai conseguir obter enquanto está apenas a imaginar como é que será no dia que tiver coragem de avançar.
Aja mesmo com medo porque o medo vai sempre lá estar e acredite que não diminui por ficar sentado num sofá a imaginar e idealizar todas as hipóteses e cenários. O medo diminui quando, efetivamente, se parte para a ação e se vai para o terreno.
Ana Cristina Rosa